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quarta-feira, 23 de abril de 2014

» Competências e incompetências do executivo brasileiro

Existe uma distância entre aquilo que se espera e aquilo que se encontra. Existe uma expectativa frustrada das empresas com relação aos seus funcionários

Flávio Lettieri

Publicada recentemente na Exame.com, uma pesquisa do British Council com mais de 400 executivos de RH mostra que os profissionais brasileiros ainda têm muito a melhorar em termos de habilidades comportamentais.

Enquanto 94% dos executivos de RH buscam pessoas proativas, apenas 68% deles encontram profissionais com essa competência.

 A capacidade de trabalhar em equipe é uma competência considerada indispensável por 92% dos executivos de RH que, por sua vez, só a encontram em 62% dos profissionais.

Ou seja, apesar de ser uma competência indispensável, segundo os profissionais de Recursos Humanos, quase 40% das pessoas não têm essa capacidade.

As mesmas dificuldades para se encontrar profissionais com competências tidas como essenciais também são sentidas em pontos como a boa comunicação (87% de expectativa x 67% de resposta positiva), pensamento crítico (82% x 61%) e autonomia para o trabalho (81% x 62%).

Algumas pessoas poderiam simplesmente rebater essa pesquisa alegando uma exigência excessiva dos executivos de Recursos Humanos.

Mas, o fato é que a pesquisa revela uma insatisfação.

Existe uma distância entre aquilo que se espera e aquilo que se encontra. Existe uma expectativa frustrada das empresas com relação aos seus funcionários.

É como se os profissionais de RH dissessem “sim, nós temos Recursos Humanos, mas não necessariamente aqueles que realmente precisamos”.

Dentre as muitas reflexões que podemos fazer a partir desses dados, uma, para mim, é especialmente interessante.

Onde existe a carência, existe a oportunidade.

Então, se o mercado tem demanda por executivos com essas competências, aqueles que as possuem saem muito na frente e estarão com seus passes muito valorizados.

Mas, nunca é tarde lembrar que para ganhar espaço no mercado, não basta o profissional se sentir competente. É importante que ele realmente seja competente.

Afinal, quando o assunto é competência, o que vale não é aquilo que ele pensa de si mesmo e sim o que os outros pensam sobre ele.

Por isso, nesse cenário, ao mesmo tempo, competitivo e carente de competências, tomar consciência dos próprios gaps e assumir a responsabilidade por desenvolvê-los pode valer muito…

Na dúvida, vá direto às fontes.

Converse com as pessoas de RH de sua empresa. Peça orientações sobre as melhores formas de identificar suas deficiências e sobre os melhores caminhos para desenvolvê-las.

E, se houver espaço, fale também com seu chefe. Peça um feedback direto e objetivo sobre o seu desempenho e sua performance. Peça que faça uma avaliação sobre o seu comportamento profissional e as suas atitudes em seu ambiente de trabalho.

Pergunte como ele avalia a sua proatividade e a sua capacidade de trabalhar em equipe. Pergunte o que ele acha de sua comunicação e de sua autonomia. Pergunte ainda o que ele espera de você. Pergunte em que exatamente ele acredita que você pode melhorar.

Por fim, peça a sua colaboração para ajudá-lo a se tornar um profissional melhor e mais competente.
E ouça. Ouça sem resistências e sem críticas. Talvez nem tudo que seja dito represente a pura verdade, mas certamente representa uma boa parte dela.

Se houver elogios, agradeça. Mas agradeça especialmente às críticas, pois são elas que te levarão a um novo patamar de crescimento e desenvolvimento.

Receber críticas ou feedbacks corretivos nunca é gostoso, mas, como um bom remédio, pode ser o ponto decisivo para a saúde de sua carreira.

Um forte e carinhoso abraço.

Fonte: Administradores.com.br
Link: http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/competencias-e-incompetencias-do-executivo-brasileiro/76787/

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