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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

» Analistas projetam juro em 10% no fim de 2013, aponta pesquisa Focus

Para o fim de 2014, a mediana das projeções subiu de 9,75% ao ano para 10,25% ao ano

Eduarco Cucolo, da Agência Estado


BRASÍLIA - Os economistas consultados pelo Banco Central na pesquisa Focus elevaram a previsão para a taxa Selic no fim de 2013 de 9,75% ao ano para 10% ao ano, na primeira pesquisa Focus após a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom). Para o fim de 2014, a mediana das projeções subiu de 9,75% ao ano para 10,25% ao ano.

A taxa Selic atualmente está em 9,50% ao ano e a expectativa agora é que suba para 10,00% ao ano na próxima reunião do Copom, nos dias 26 e 27 de novembro. Uma semana antes, as apostas eram de alta de 0,25 ponto porcentual nos juros. A projeção para Selic média em 2013 subiu de 8,34% para 8,38% ao ano. Estava em 8,34% há quatro semanas. Para 2014, a taxa média passou de 9,75% para 10,19% ao ano.

Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para a Selic no fim de 2013 no cenário de médio prazo segue em 10,00% ao ano há sete semanas. Para 2014, segue em 10,50% ao ano. Há quatro semanas estava em 10,00% ao ano.

PIB

A previsão de crescimento da economia brasileira em 2013 subiu de 2,48% para 2,50% na pesquisa do BC. Para 2014, a estimativa de expansão continua em 2,20%. Há quatro semanas, as projeções eram, respectivamente, de 2,40% e 2,22%.

A projeção para o crescimento do setor industrial em 2013 subiu de 1,80% para 1,84%. Para 2014, economistas preveem avanço industrial de 2,50%, ante 2,39% da pesquisa anterior. Um mês antes, a Focus apontava estimativa de expansão de 2,10% para 2013 e de 2,50% em 2014 para o setor.

Os analistas elevaram a previsão para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2013 de 34,50% para 34,55%. Há quatro semanas, estava em 34,70%. Para 2014, subiu de 34,25% para 34,55%. Há quatro semanas, estava em 34,80%.

Câmbio

A mediana das projeções para a taxa de câmbio no final de 2013 caiu de R$ 2,29 para R$ 2,25 nas estimativas dos analistas consultados. Há quatro semanas, a projeção era de R$ 2,33. Para o fim de 2014, a mediana segue em R$ 2,40 há sete semanas.

Para o fim de outubro, a estimativa recuou de R$ 2,25 para R$ 2,20. Para o fim de novembro, caiu de R$ 2,25 para R$ 2,23. A mediana das projeções para o câmbio dos analistas do Top 5 médio prazo para o fechamento de 2013 caiu de R$ 2,30 para R$ 2,29. Para 2014, segue em R$ 2,43.

Inflação

A projeção de inflação medida pelo IPCA para 2013 subiu de 5,81% para 5,83%. Há quatro semanas, a estimativa estava em 5,81%. Para 2014, a projeção caiu de 5,95% para 5,94%. Há quatro semanas, estava em 5,96%.

A projeção de inflação para os próximos 12 meses subiu de 6,24% para 6,25%, conforme a projeção suavizada para o IPCA. Há quatro semanas, estava em 6,20%.

Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2013 no cenário de médio prazo subiu de 5,78% para 5,88%. Para 2014, a previsão dos cinco analistas caiu de 5,76% para 5,74%. Há um mês, o grupo apostava em altas de 5,80% para 2013 e 6,17% para 2014.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-brasil,analistas-projetam-juro-em-10-no-fim-de-2013-aponta-pesquisa-focus,167950,0.htm


» Bancos internacionais tiraram US$ 41 bi do Brasil no segundo trimestre

Recuo foi o maior já registrado pelo país desde a eclosão da crise financeira de 2008, segundo o BIS

Jamil Chade, correspondente de O Estado de S.Paulo


GENEBRA - Bancos internacionais retiraram do Brasil US$ 41 bilhões em linhas de crédito, capital e exposição em geral no segundo trimestre do ano, na maior queda já registrada pelo país desde a eclosão da crise em 2008. Os dados estão sendo divulgados pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), que destaca os fluxos financeiros pelo mundo.

Depois de ver uma alta de US$ 39 bilhões na atividades de bancos estrangeiros na economia nacional, o Brasil foi afetado em parte pelas mudanças nas políticas de juros nos EUA. A saída acabou levando a uma alta do real.

No mundo, a contração na exposição de bancos foi de US$ 229 bilhões, a maior desde o final de 2011. Segundo o BIS, os bancos europeus foram os principais responsáveis pela retração.

O crédito internacional chegou a crescer para a China, Taiwan e Turquia. Só para a China o volume de capital aumentou em US$ 54 bilhões. Se em 2007 o País respondia a 8% dos empréstimos, hoje ele bate a marca de 21% entre os emergentes.

Mas sofreu uma queda no caso do Brasil, México, Rússia e Índia. A queda no Brasil acabo pesando da América Latina que, no segundo trimestre de 2013, viu uma contração de US$ 47 bilhões.

Entre os mercados ricos, a queda foi de US$ 179 bilhões. No caso dos EUA, a exposição de bancos ao setor público americano caiu em US$ 100 bilhões, o que revelaria um esforço para reduzir dívidas por parte do estado.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,bancos-internacionais-tiraram-us-41-bi-do-brasil-no-segundo-trimestre,167984,0.htm

» Serasa apura alta de 0,3% no ‘PIB mensal’ de agosto

No ano, a alta acumulada da atividade econômica atingiu 2,4%

Denilson Azzoni, da Agência Estado


SÃO PAULO - O Indicador de Atividade Econômica, divulgado nesta segunda-feira, 21, pela Serasa Experian, avançou 0,3% em agosto, depois de registrar queda de 0,7% em julho. Em relação a agosto de 2012, o indicador, chamado de "PIB mensal" pela Serasa Experian, cresceu 1,5%. No ano, a alta acumulada da atividade econômica atingiu 2,4%.

Como não chegou a compensar a queda de julho, o PIB mensal de agosto, segundo os economistas da empresa, sinaliza que o "desempenho da economia brasileira no terceiro trimestre deverá exibir um ritmo de expansão, em relação ao segundo trimestre de 2013, próximo de zero".

A alta de 0,3% ante julho, já descontados os efeitos sazonais, foi puxada pela indústria (0,9%) e pelo setor de serviços (0,2%). No setor agropecuário, houve recuo de 2,4%. Pelo lado da demanda agregada, as exportações avançaram 3,5% e as importações recuaram 2,4%. O consumo das famílias e o consumo do governo cresceram no mesmo ritmo (0,2%), enquanto os investimentos caíram 2,4%, registrando a segunda queda mensal consecutiva.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,serasa-apura-alta-de-03-no-pib-mensal-de-agosto,167947,0.htm

» Bradesco lucra R$ 3 bilhões no 3º trimestre

Resultado representou uma alta de 7,1% em um ano; crédito à pessoa física cresceu 2,8%

Aline Bronzati - Agência Estado


SÃO PAULO - O Bradesco, primeiro grande banco privado a divulgar resultados referentes ao terceiro trimestre deste ano, anunciou lucro líquido contábil de R$ 3,064 bilhões, crescimento de 7,1% em um ano, quando o resultado foi de R$ 2,862 bilhões. Na comparação com o segundo trimestre, a instituição apurou expansão de 3,9%.

O retorno anualizado sobre o patrimônio líquido médio foi a 18,4% ao final de setembro contra 19,9% visto no terceiro trimestre de 2012, recuo de 1,5 ponto porcentual. Em relação ao segundo trimestre deste ano, a queda foi de 0,4 ponto porcentual.

A carteira de crédito expandida do banco, que inclui avais e fianças, somou R$ 412,559 bilhões de julho a setembro, aumento de 2,5% em relação ao segundo trimestre deste ano. Ante igual período de 2012, foi vista elevação de 11%.

No terceiro trimestre, o destaque na carteira de crédito do Bradesco foi o avanço das operações de pessoas físicas, que cresceram 2,8% em relação ao segundo, totalizando R$ 127,068 bilhões. Em um ano, a alta foi de 10,9%. Já na pessoa jurídica, o aumento foi de 2,3% e 11%, respectivamente.

O Bradesco encerrou setembro com ativos totais de R$ 907,694 bilhões ao término, expansão de 6,0% em um ano e de 1,2% na comparação trimestral. O patrimônio líquido do banco ficou em R$ 67,033 bilhões, elevação de 1,5% em relação ao mesmo mês de 2012e também ante o segundo trimestre deste ano.

O Bradesco seguiu reduzindo a sua carteira de crédito a veículos e ampliando a oferta de recursos para a compra de imóveis e também no segmento consignado (desconto em folha de pagamento) no terceiro trimestres deste ano. Dentre os destaques de alta dos empréstimos destinados à pessoa física, que cresceram 2,8% em relação ao segundo, para R$ 127,068 bilhões, também figurou o crédito rural.

A carteira de crédito a veículos do Bradesco encolheu 3,7% ao final de setembro ante junho, para R$ 28,232 bilhões. Na comparação com o mesmo intervalo do ano passado, o volume de empréstimos destinado a este fim foi reduzido ainda mais, em 11,4%.

Em contrapartida, o Bradesco ampliou o crédito imobiliário em 9% no terceiro trimestre ante o segundo. Quando avaliado o montante liberado em igual intervalo do ano passado, verifica-se alta ainda maior, de 33,1%. Consignado avançou 6,8% e 29,9%, respectivamente. Crédito rural também foi destaque com crescimento de 16,0% na comparação trimestral e de 20,0% na anual.

O segmento de cartões teve alta de 3,4% ao final de setembro ante junho, para R$ 21,866 bilhões. Em um ano, a expansão chegou a 16%. Já o crédito pessoal avançou 3,2% e 10,9%, respectivamente.

Na pessoa jurídica, cuja carteira expandiu-se 2,3% no terceiro trimestre ante o segundo, os maiores avanços foram identificados no crédito imobiliário e na carteira comercial, que inclui operações de debêntures e notas promissórias. Ambos os segmentos apresentaram expansão de 6,4% no terceiro trimestre em relação ao segundo. Na outra ponta, leasing teve queda de 5,8% e financiamento à exportação de 2,5%.

A linha de capital de giro permaneceu praticamente estável, com leve aumento de 0,1% no terceiro trimestre ante o segundo, totalizando R$ 44,255 bilhões. Em um ano, porém, foi vista alta de 4,3%. Repasses BNDES/Finame cresceram 3,6% e 11,4%, respectivamente.

Inadimplência

A taxa de inadimplência do Bradesco, considerando os atrasos acima de 90 dias, apresentou recuo de 0,1 ponto porcentual no terceiro trimestre ante o segundo, para 3,6%. Em relação ao mesmo período do ano passado, foi registrada queda de 0,5 p.p.

Esta é a terceira redução trimestral seguida no número de calotes do banco. "Essa redução foi influenciada, principalmente, pela queda no índice de inadimplência da pessoa física", justifica o Bradesco, em relatório que acompanha as suas demonstrações financeiras.

A inadimplência da carteira de pessoas físicas da instituição, considerando os atrasos acima de 90 dias, passou de 5,5% em junho para 5,2% em setembro, queda de 0,3 p.p. Em um ano, o declínio foi de 1 p.p.

O indicador de pequenas e médias empresas permaneceu estável em 4,0% na comparação trimestral. Em relação a setembro do ano passado, foi vista redução de 0,3%. Nas grandes empresas, o índice de calotes, porém, subiu, passando de 0,2% em junho para 0,4% em setembro. Na comparação com o mesmo período do ano passado, foi vista estabilidade do indicador.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios-setor-financeiro,bradesco-lucra-r-3-bilhoes-no-3-trimestre,167931,0.htm

» 'Polo caipira' vai superar o ABC

Com anúncio das fábricas da Honda e da Mercedes, produção de veículos no interior de São Paulo será maior do que no berço do setor

RICARDO BRANDT / CAMPINAS - O Estado de S.Paulo


A inauguração até 2016 das fábricas das montadoras de veículos Honda, em Itirapina, e da Mercedes-Benz, em Iracemápolis, consolidará no interior paulista o "polo caipira das montadoras", que ultrapassará em unidades de produção o ABC Paulista - berço da indústria automotiva do País.

Em cinco anos, a área entre Campinas, Sumaré, Sorocaba e São Carlos receberá quatro grandes montadoras, com investimentos de R$ 4 bilhões e a geração de 6,7 mil empregos diretos. Além das fábricas anunciadas, a coreana Hyundai iniciou atividade neste ano em Piracicaba e a japonesa Toyota abriu sua segunda fábrica no interior, em 2012, em Sorocaba.

As quatro montadoras, somadas às instaladas durante o primeiro ciclo de expansão do setor, na década de 1990, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, elevarão para sete o número de indústrias automotivas (sem contar as de máquinas agrícolas) dentro desse "polo" no interior paulista. A Volkswagen funciona desde 1996, em São Carlos; a Honda desde 1997, em Sumaré (cidade próxima a Campinas); e a Toyota desde 1998, em Indaiatuba. A montadora japonesa anunciou ainda que investirá R$ 1 bilhão em uma fábrica de motores, em Porto Feliz.

No ABC paulista existem seis indústrias de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, instaladas em São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul - região polo dos primeiros investimentos da indústria automobilística no País, a partir de 1959. Em 2011, dos 1,45 milhão de veículos produzidos em São Paulo, 880 mil saíram do ABC e 574 mil das demais unidades do Estado - que concentra 42% da produção nacional. Os dados são da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Com a produção da Toyota em Sorocaba, da Hyundai em Piracicaba, da Honda em Itirapina e da Mercedes em Iracemápolis, 356 mil carros a mais serão produzidos no interior paulista a partir de 2016, roubando do ABC o título de maior produtor do País.

A desconcentração das indústrias automobilísticas dessa região teve início em 1976 com a ida da Fiat para Betim (MG) e se intensificou na segunda metade dos anos 90, com o novo regime automotivo. "Existe uma saturação do ABC em relação a áreas para essas indústrias. Os incentivos maiores dados por essas prefeituras também pesam para a saída das montadoras dessa região", afirma Luiz Carlos Mello, diretor do Centro de Estudos Automotivos (CEA) e ex-presidente da Ford.

Para Mello, a relação qualidade de vida/custo e o fator logístico são pontos decisivos para que o interior paulista puxe novamente para o Estado os investimentos das montadoras, nesse segundo ciclo de expansão do setor - impulsionado pelo programa federal Inovar-Auto, que prevê incentivos à produção nacional.

"O interior de São Paulo tem sido um grande polo de investimento das montadoras nos últimos meses. Isso porque a região está próxima de rodovias importantes, o que permite o escoamento da produção para o porto (de Santos) e para outros Estados. Além disso, tem a proximidade com a rede de fornecedores, com universidades que qualificam os profissionais para trabalharem nas empresas e ainda com o mercado consumidor", avalia o presidente da Anfavea, Luiz Moan.

A entidade estima que R$ 74 bilhões sejam investidos em todo o Brasil nesse novo ciclo de expansão do setor que deve ir até 2017, último ano do Inovar-Auto - o que elevará a capacidade nacional de produção para 5,8 milhões veículos por ano.

Transformações. Com logística privilegiada, oferta de mão de obra qualificada, rede completa de fornecedores instalada, dentro dos dois maiores mercado consumidores do País (o interior paulista e a capital) e sem gargalos dos grandes centros urbanos, o novo polo automobilístico com sotaque caipira intensificará a transformação da região.

Os novos empregos, com a decorrente migração populacional, somados ao movimento financeiro que as indústrias provocarão, forçarão o desenvolvimento urbano de cidades de pequeno e médio porte, antes dependentes do setor agrícola, em especial a cana.

As unidades da Toyota, Hyundai, Honda e Mercedes abertas entre 2012 e 2016 no "polo caipira das montadoras", empregarão 12,7 mil pessoas, sem contar os empregos indiretos.

Só em Piracicaba, com a Hyundai, além dos 2 mil postos de trabalho diretos, foram gerados 3 mil vagas nas nove unidades fornecedoras de componentes e outras 20 mil indiretas.

A Mercedes-Benz, que começa a funcionar em 2015 em Iracemápolis, produzirá 20 mil carros por ano e gerará mil empregos diretos e mais 3 mil indiretos. Hoje, o município de 20 mil habitantes tem 7,1 mil postos de trabalho. "Temos consciência de que é preciso oferecer uma mão de obra que não temos disponível hoje", afirma o prefeito de Iracemápolis, Valmir de Almeida (PT).

Uma unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), com capacidade para 1,2 mil alunos, está em construção no município, que não tem tradição industrial. "Acho que para a região toda vai ser bom, porque vai gerar muitos empregos", afirma o brigadista Luiz Teodoro, 48 anos, que trabalha na Usina Iracema - maior geradora de receitas de Iracemápolis.

"Existirá, para a maior parte dessas cidades, o antes e o depois das montadoras. Piracicaba, que já era um município estruturado, com indústrias e um setor metalúrgico forte, passou por essa transformação com a chegada dos coreanos da Hyundai", afirma Luciano de Almeida, presidente da Investe São Paulo, órgão do Estado que fomenta a atração de investidores.

Segundo ele, a região não só tem disponibilidade de mão de obra qualificada, como conta com uma cadeia de fornecedores ampla e estruturada, que foi essencial na escolha das montadoras.

"O que contou na escolha da Hyundai foi que, a partir de Piracicaba e Santa Bárbara d'Oeste, em um raio de 30 quilômetros é possível montar um carro completo. Há fornecedores de vidros, de embreagens, de freios, de pneus. É um grande polo de autopeças", explica Almeida.

Para o governo, a disponibilidade de grandes áreas perto de rodovias estratégicas para instalação das montadoras e de suas fornecedoras também tem pesado. "A coqueluche do momento são áreas próximas da Anhanguera, da Bandeirantes e da Castelo Branco."

Mão de obra. Cidades como Campinas, Piracicaba e Limeira têm ainda mão de obra qualificada já disponível no setor metalúrgico e a presença de escolas técnicas é farta, segundo o presidente da Investe SP.

Um dos diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de Limeira e Região, órgão que acompanhou as negociações de instalação da Mercedes e da Honda, Wilson Cerqueira, afirma que a chegada das montadoras eleva a qualidade profissional regional e também o piso salarial. "Vamos voltar a discutir data base, jornada, piso e outras questões em 2015, mas já temos um pré-acordo", afirma.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,polo-caipira-vai-superar-o-abc-,1087945,0.htm

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

» Prêmio Nobel de Economia vai para Eugene Fama, Lars Hansen e Robert Shiller

O trio norte-americano ganhou o prêmio pela 'análise empírica do preço dos ativos'

Eduardo Cucolo, da Agência Estado

SÃO PAULO - O Prêmio Nobel de Economia deste ano foi concedido a um trio norte-americano: Eugene Francis Fama, da Universidade de Chicago, Lars Peter Hansen, do mesmo centro acadêmico, e Robert James Shiller, da Universidade de Yale.

O prêmio da Academia Real das Ciências da Sueca se deu pela "análise empírica do preço dos ativos", como ações, bônus soberanos e bens imobiliários.

Embora não exista uma forma de prever os preços de ações e bônus no curto prazo de dias e semanas, diz o comunicado, é certamente possível prever o curso amplo dos preços no longo prazo - entre três e cinco anos.

"Essas descobertas, ao mesmo tempo surpreendentes e contraditórias, foram feitas e analisadas pelos ganhadores do Nobel neste ano, Eugene Fama, Lars Peter Hansen and Robert Shiller", informa a academia. Pelo prêmio, o trio norte-americano receberá oito milhões de coroas suecas, o equivalente a US$ 1,3 milhões. 

Quem é quem. Eugene Fama nasceu em 1939 em Boston e é professor emérito da Universidade de Chicago, especialista em Finanças.

Lars Peter Hansen nasceu em 1952 nos Estados Unidos e ocupa a cadeira de Economia, Finanças e Estatística na mesma universidade.

Robert Shiller nasceu em Detroit em 1946 e leciona na Universidade de Yale, em New Haven.

Histórico. Nos últimos anos, pesquisadores norte-americanos dominaram os prêmios de economia. A última vez em que um cidadão de outro país estava entre os vencedores foi 1999. Com o prêmio de economia, os comitês do Nobel já anunciaram os ganhadores de todas as seis categorias de 2013.

Diferentemente de medicina, química, física, literatura e o Nobel da paz, o prêmio de economia não foi criado por Alfred Nobel em 1895. O banco central da Suécia adicionou economia aos prêmios em 1968, em memória a Alfred Nobel. (Com agências)

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,premio-nobel-de-economia-vai-para-eugene-fama-lars-hansen-e-robert-shiller,167313,0.htm

» Inflação fechará 2013 em 5,81%, prevê relatório Focus

Para 2014, a projeção segue em 5,95%; para o PIB, a previsão de crescimento da economia em 2013 subiu de 2,47% para 2,48%

Eduardo Cucolo, da Agência Estado

BRASÍLIA - A projeção de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2013 recuou de 5,82% para 5,81%, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, 14, pelo Banco Central. Há quatro semanas, a estimativa estava em 5,82%. Para 2014, a projeção segue em 5,95%. Há quatro semanas, estava em 5,90%.

A projeção de inflação para os próximos 12 meses subiu de 6,23% para 6,24%, conforme a estimativa suavizada para o IPCA. Há quatro semanas, estava em 6,21%.

Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2013 no cenário de médio prazo recuou de 5,80% para 5,78%. Para 2014, a previsão dos cinco analistas caiu de 6,17% para 5,76%. Há um mês, o grupo apostava em altas de 5,76% para 2013 e 6,17% para 2014.

Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das estimativas para o IPCA em outubro de 2013 subiu 0,56% para 0,57%. Há quatro semanas, estava em 0,55%. Para novembro de 2013, a projeção segue em 0,65%. Há quatro semanas, estava em 0,60%.  

Juro  

Os economistas mantiveram a previsão para a taxa Selic no fim de 2013 em 9,75% ao ano pela quinta semana seguida. Para o fim de 2014, a mediana das projeções está em 9,75% ao ano há seis semanas. A taxa Selic está hoje em 9,50% ao ano e foi mantida a expectativa de que suba para 9,75% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 26 e 27 de novembro.

PIB

A previsão de crescimento da economia brasileira em 2013 subiu de 2,47% para 2,48% na pesquisa Focus. Para 2014, a estimativa de expansão continua em 2,20%. Há quatro semanas, as projeções eram, respectivamente, de 2,40% e 2,22%.

A projeção para o crescimento do setor industrial em 2013 subiu de 1,70% para 1,80%. Para 2014, economistas preveem avanço industrial de 2,39%, ante 2,30% da pesquisa anterior. Um mês antes, a Focus apontava estimativa de expansão de 2,12% para 2013 e de 2,65% em 2014 para o setor.

Câmbio

A mediana das projeções para a taxa de câmbio no final de 2013 caiu de R$ 2,30 para R$ 2,29 nas estimativas dos analistas consultados na pesquisa Focus. Para o fim de 2014, a mediana segue em R$ 2,40. Há quatro semanas, as projeções eram de, respectivamente, R$ 2,35 e R$ 2,40.

Na mesma pesquisa, o mercado financeiro manteve a previsão para a taxa média de câmbio em 2013 em R$ 2,17. Para 2014, a projeção recuou de R$ 2,37 para R$ 2,36. Há um mês, a pesquisa apontava que a expectativa de dólar médio estava em R$ 2,20 neste ano e R$ 2,38 no próximo.

Déficit em conta corrente

O mercado financeiro manteve a previsão de déficit em transações correntes em 2013. Pesquisa semanal Focus mostrou que a mediana das expectativas de saldo negativo na conta corrente este ano está em US$ 79,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 78,00 bilhões. Para 2014, a previsão de déficit nas contas externas seguem em US$ 77,00 bilhões. Há quatro semanas, também estava em US$ 77,00 bilhões.

Na mesma pesquisa, economistas reduziram a estimativa de superávit comercial em 2013 de US$ 2,00 bilhões para US$ 1,99 bilhão. Quatro semanas antes, estava em US$ 2,00 bilhões. Para 2014, a projeção segue em US$ 9,25 bilhões. Há quatro semanas, essa estimativa estava em US$ 10,00 bilhões.

A pesquisa mostrou ainda que as estimativas para o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED), aquele voltado ao setor produtivo, foi mantida em US$ 60,00 bilhões para 2013 (está no mesmo valor há 44 semanas). Para 2014, também foi mantida em US$ 60,00 bilhões. Está no mesmo valor há 61 semanas.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-brasil,inflacao-fechara-2013-em-581-preve-relatorio-focus,167321,0.htm

» Só 1% das empresas sai da recuperação judicial no Brasil

Índice é bem inferior ao dos Estados Unidos, onde cerca de 30% das companhias conseguem emergir da crise sem ir à falência

Marina Gazzoni - O Estado de S.Paulo

Apenas 1% das empresas que pediu recuperação judicial no Brasil saiu do processo recuperada. Desde que a lei foi criada, em fevereiro de 2005 até o último dia 10, cerca de 4 mil companhias pediram recuperação judicial, mas só 45 voltaram a operar como empresas regulares. No decorrer desses oito anos e meio, só 23% delas tiveram seus planos de recuperação aprovados pelos credores, 398 faliram e a maioria dos processos se arrasta no Judiciário sem definição final.

Os dados são de um levantamento da consultoria Corporate Consulting e do escritório de advocacia Moraes Salles feito a pedido do Estado. A pesquisa não considera empresas que estavam em concordata e migraram para a recuperação judicial quando a lei foi criada.

"A maioria dos planos aprovados não é um projeto de reestruturação para tornar a empresa viável economicamente. São basicamente renegociações de dívidas", disse Paulo Carnaúba, sócio do Moraes Salles e presidente da comissão de estudos em falência e recuperação judicial da OAB/Campinas. "Isso explica em parte por que a taxa de sucesso é tão baixa."

A recuperação judicial foi criada para substituir a antiga concordata e evitar a falência das empresas. As companhias que recorrerem à lei ficam blindadas de cobranças de credores por 180 dias e deverão elaborar um plano para recuperar a empresa. Esse plano precisa ser aprovado pelos credores e executado com sucesso pela companhia para o processo chegar ao fim. A decisão de encerrar a ação é da Justiça.

Companhias como a calçadista Via Uno e a fabricante de eletrodomésticos Mabe pediram recentemente recuperação judicial. Outras como a companhia aérea Varig e a Agrenco também tentaram esse caminho, mas faliram depois.

A próxima a entrar em recuperação judicial deve ser a OGX, petroleira de Eike Batista, que está inadimplente por deixar de pagar credores externos. A empresa tem até o fim do mês s para quitar o débito e, se não o fizer, os credores poderão pedir a sua falência. O mercado espera que a OGX recorra à recuperação judicial até o fim do mês.

"O empresário só recorre à recuperação quanto não vê outra saída. Quem passa a decidir o futuro da empresa são os credores e a Justiça", explica Luis de Paiva, sócio da Corporate Consulting, que participou de mais de 200 reestruturações.

Execução. A tarefa de reerguer uma empresa envolve, no mínimo, dois grandes desafios: ganhar a confiança dos credores e conseguir manter a empresa operante. Muitas empresas em crise interrompem as atividades por falta de caixa e crédito para honrar compromissos básicos como pagar funcionários e comprar matéria-prima.

"É muito mais difícil recuperar a empresa se ela parar", avalia o presidente da Strategos Consultoria, Telmo Schoeler, que já participou de cerca de 150 reestruturações de empresas. "O plano de recuperação tem de considerar de onde sairá o dinheiro para a empresa continuar a operar nesse período."

Com a operação parada, as empresas perdem clientes e ficam com produtos e maquinário obsoletos. Na maioria dos casos assim, é questão de tempo para a recuperação judicial virar falência. Nos decretos de falência, é comum encontrar afirmações de juízes de que a recuperação é inviável porque as empresas já não existem mais.

Batalha jurídica. Os processos frequentemente se tornam uma batalha jurídica entre credores, acionistas e administradores judiciais. Cada um invoca a lei para tentar garantir seus interesses e a recuperação da empresa em si fica em segundo plano. Há muitos casos assim na história da lei brasileira.

O processo do laticínio Nilza, de Ribeirão Preto (SP), que já teve mil funcionários e tem fábricas paradas desde 2009, virou uma espécie de "novela". Os credores aprovaram a transferência da empresa a um investidor, mas o processo foi contestado por um acionista -o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - e o Ministério Público pediu a falência da empresa por suspeita de compra de votos na assembleia de credores. Depois de uma batalha jurídica, a empresa faliu em outubro de 2012.

"A empresa foi vendida para um grupo que não tinha intenção de operar a fábrica. Era só para especular", disse o síndico da massa falida, Alexandre Borges Leite. "É mais prejudicial aprovar uma recuperação inviável do que decretar a falência."

A razão é simples: o tempo é inimigo de empresas em crise. Quanto mais se demora para resolver a questão, menos vale a companhia e mais difícil fica reerguer a empresa.

A Agrenco, por exemplo, pediu recuperação após uma investigação da Polícia Federal ter deflagrado uma crise na empresa, um ano depois de ela ter captado R$ 500 milhões na Bolsa. A ideia era simples: vender a usina de Marialva (PR) para terminar de construir outras duas usinas e se reerguer.

Não deu certo. O processo foi marcado por disputas judiciais entre credores, administradores e acionistas e trocas de gestão da empresa durante o processo. Um segundo plano foi elaborado, mas não foi aprovado pelos credores. A companhia teve sua falência decretada em agosto deste ano.

EUA. A recuperação judicial foi inspirada no chamado "Chapter 11" da legislação americana. Lá, a taxa de sucesso, historicamente, varia entre 20% e 30%, bem acima do 1% brasileiro.

A lei americana é mais aprimorada, mas as grandes diferenças são a agilidade do processo e a maturidade do mercado em enfrentar uma reestruturação, dizem os especialistas. Nos Estados Unidos, o envolvimento do credor é muito maior e não se resume a aprovar ou não o plano de recuperação.

No caso da montadora General Motors, por exemplo, que pediu concordata em 2009, credores como o governo americano e o sindicato United Auto Workers converteram suas dívidas em ações de uma "Nova GM". O plano foi aprovado em cerca de 30 dias. A empresa se recuperou e os credores venderam suas ações anos depois.

Além da GM, entraram e saíram do "Chapter 11" diversas grandes empresas, como United Airlines, Citibank e até o banco Lehman Brothers, estopim da crise de 2008. Por aqui, ainda não há casos de gigantes que emergiram da recuperação judicial.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,so-1-das-empresas-sai-da-recuperacao-judicial-no-brasil-,1085558,0.htm

» 'Não existe processo de venda da Tim Brasil'

Executivo admite que situação pode mudar caso Telefônica compre mais ações com direito a voto na controladora da Telecom Itália, dona da operadora brasileira

Fernando Scheller e Rodrigo Petry - O Estado de S.Paulo

Desde que a Telefônica fechou, no fim de setembro, um acordo de 324 milhões de euros para aumentar sua fatia na Telco, a controladora da Telecom Itália, o mercado se pergunta o que vai acontecer com a TIM. O negócio inclui a possibilidade de o grupo espanhol ter mais ações com direito a voto na Telco a partir de janeiro. Se isso ocorrer, a dona da Vivo passaria a dar as cartas também na TIM. O governo já sinalizou que, do ponto de vista da concorrência, isso deve obrigar a venda da operadora.

Neste cenário, o presidente da TIM, Rodrigo Abreu, tenta manter a normalidade no dia a dia das operações. Há duas semanas, ele usou uma convenção de vendas para mostrar aos funcionários que a TIM é alvo de boatos de venda desde 2007. Foi a forma que ele encontrou para dizer que, na situação atual, nada muda. "O acionista controlador explicita de maneira absolutamente clara que não existe nenhum processo de venda da TIM Brasil, nem formal nem informal", disse o executivo em entrevista exclusiva ao Estado.

Leia os principais trechos:

Como as mudanças na Telecom Itália influenciam a TIM Brasil?

RODRIGO ABREU - Na semana retrasada, na nossa convenção de vendas, falei das mudanças no acionista principal e do impacto delas na TIM. Coloquei uma série de manchetes na tela, como "TIM Brasil pode ser vendida". Mostrei os recortes e só depois revelei as datas. Eram de 2007. A empresa passou por uma situação muito parecida na época em que a Telefônica entrou no capital do grupo de controle da Telecom Itália, a Telco. Para evitar conflitos de interesse, foi firmado um acordo com o Cade. Esse acordo impõe uma série de premissas de governança. Apesar de participar do capital da Telco, os conselheiros nomeados pela Telefônica não participam da tomada de decisões relativas à TIM Brasil.

Se a Telefônica aumentar sua participação com direito a voto na Telco, o acordo ainda vale?

RODRIGO ABREU - A Telefônica pode passar a ter uma participação maior com direito a voto (na controladora da Telecom Itália). Mas hoje ainda não existe nenhum tipo de impacto imediato para o acordo já existente.

O alto endividamento da Telecom Itália é um fator que pode levar à venda da TIM?

RODRIGO ABREU - A Telecom Itália, apesar da dívida, não tem problema de liquidez. Tem uma geração de fluxo de caixa invejável e opções para melhorar sua performance operacional. E existem várias discussões sobre o reequilíbrio da estrutura de capital e da redução da dívida da Telecom Itália, incluindo aumentos de capital. Uma parte muito pequena (do investimento) da Telefônica na Telco é aumento de capital. O acionista controlador explicita de maneira absolutamente clara que não existe nenhum processo de venda da TIM Brasil, nem formal nem informal. Aliás, na quinta-feira, por conta de movimentação superior à média (na Bolsa), soltamos um fato relevante. E a própria Telecom Itália fez um comunicado dizendo que não existe processo de venda da TIM Brasil.

O acordo abre a porta para a Telefônica aumentar seu direito a voto.

RODRIGO ABREU - O aumento de capital atual é sem direito a voto. Agora, nada muda. Os termos do termo de compromisso com as autoridades brasileiras continuam válidos. Qualquer (outro) aumento de participação passa pela aprovação das autoridades italianas, brasileiras e argentinas.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, já declarou que a melhor solução para o caso seria a venda da TIM.

RODRIGO ABREU - Sim, mas em caso de fusão. Mas hoje a participação líquida da Telefônica na Telecom Itália está em torno de 12%. Não é uma fusão entre as duas empresas. Existem várias possibilidades para uma solução regulatória.

A Telecom Itália pretende buscar uma solução para não ter de ficar sem a TIM?

RODRIGO ABREU - O interesse da Telecom Itália na TIM é grande. A empresa é um ativo importante dentro da estratégia do grupo, até pela capacidade de geração de resultado.

Por que fontes da Telecom Itália, sob anonimato, diriam que a venda da TIM seria uma forma de reduzir a dívida?

RODRIGO ABREU - A posição oficial da Telecom Itália é: a TIM é uma empresa absolutamente chave para o grupo. Mas isso significa que a empresa nunca poderá ser vendida a qualquer custo? Obviamente, se alguém quiser pagar o dobro do que o seu carro vale, provavelmente você vai pensar. É difícil comentar sobre o boato e a fonte não revelada. Mas não é tão difícil de entender a origem deste tipo de notícia. Alguns analistas de bancos soltaram relatórios sobre o impacto da venda da TIM, com várias simulações. Mas transformar isso em uma posição formal da empresa é totalmente diferente. Tanto que a empresa reforçou que não existe um processo nem formal nem informal de venda.

A oposição à venda da TIM teria levado à saída do presidente da Telecom Itália (Franco Bernabè).

RODRIGO ABREU - Esse processo reflete algo bem mais complexo. Envolve discussões sobre aumento de capital e a participação do governo italiano. A TIM é importante na equação, mas não foi esse o motivo. A posição da Telecom Itália sobre a TIM Brasil é que não está à venda. Qualquer tipo de obrigação regulatória que possa existir lá na frente, é uma discussão que começa com a Telefônica, e não com a Telecom Itália.

Para as autoridades brasileiras, em quanto a participação da Telefônica na Telecom Itália teria de aumentar para caracterizar a tomada de controle?

RODRIGO ABREU - Do ponto de vista estritamente regulatório (brasileiro), a Telefônica está no controle da Telecom Itália - e, portanto, indiretamente da TIM Brasil - com a nomeação de um único conselheiro. Essa situação existe, mas é neutralizada com as medidas existentes. A Telefônica nomeia dois conselheiros na Telecom Itália, mas eles não participam das decisões sobre o negócio no Brasil.

O acordo pode ser cancelado?

RODRIGO ABREU - O próprio presidente da Anatel (João Rezende) já declarou que o acordo que existe hoje (entre Telefônica e Telco) não muda nada. A opção que a Telefônica tem de aumentar a participação no capital votante da Telco estará condicionada a algum tipo de aprovação regulatória.

Como essa incerteza societária afeta a vida da TIM?

RODRIGO ABREU - A incerteza está mais ligada à estrutura de capital, sem interferência operacional. Tanto é que, de 2007 para cá, a TIM foi a empresa que mais ganhou participação de mercado. A companhia continua com seu plano de investimentos de R$ 3,6 bilhões por ano. E não faz isso com recursos enviados pelo controlador, porque a TIM é uma empresa geradora de caixa.

O endividamento é baixo?

RODRIGO ABREU - É baixíssimo e nos dá flexibilidade de operação. Isso nos permitiu fazer duas aquisições, a da Intelig e a da AES Atimus, que mudaram a dimensão da empresa (da TIM) do ponto de vista de infraestrutura. O conforto financeiro também evita que tomemos decisões unicamente para gerar caixa. A venda de torres, por exemplo, não é interessante para o acionista no longo prazo. Ela gera caixa num primeiro momento, mas vai gerar custos futuros.

Como o senhor avalia a operação de fusão entre Oi e Portugal Telecom?

RODRIGO ABREU - A Portugal Telecom é uma parceira estratégica que deve ajudar na melhoria da eficiência na operação da Oi. Óbvio que daí para frente há um desafio de execução grande. É uma operação que precisa ser provada na execução. E o melhor juiz dessa operação vai ser o mercado, ao subscrever as ações.

O que muda no mercado de Telecom com essa fusão?

RODRIGO ABREU - Do ponto de vista de mercado, os ativos seguem os mesmos. Embora exista uma sinergia operacional, as empresas estão em países diferentes. A Oi precisa proteger seu mercado fixo e aproveitar as oportunidades de crescimento no móvel, aumentando seus investimentos. Do outro lado, para fazer com que a empresa reequilibre sua estrutura de capital, é preciso aumentar a geração de caixa. A Oi precisa encontrar esse equilíbrio.

Então essa operação não traz preocupações no curto prazo para a TIM?

RODRIGO ABREU - Para nós, a dinâmica competitiva do mercado não muda.

Uma pesquisa da UIT apontou que o Brasil tem a ligação mais cara do mundo. Por que isso ocorre?

RODRIGO ABREU - Acho que ocorreu um enorme desserviço em relação ao que acontece no setor de telecomunicações no Brasil. Os preços que a UIT usou para comparar os serviços entre os países não existem, são os valores cheios enviados aos órgãos reguladores. É a mesma coisa que comparar os preços que os hotéis cobram pelas suítes usando as tarifas de balcão. O custo médio de ligação do pré-pago é de R$ 0,05 por minuto (segundo a UIT, seria de US$ 0,74).

Como o senhor avalia a suspensão das vendas da TIM no ano passado?

RODRIGO ABREU - Acho que o próprio regulador (Anatel) viu que foi uma medida drástica. Entendeu que o melhor caminho é o monitoramento continuo, com diálogo. A suspensão não resolve nada.

O serviço de telefonia está migrando da voz para os dados. Como a TIM está se preparando para isso?

RODRIGO ABREU - Nosso maior projeto de investimento este ano é levar as redes de fibra até 85% das antenas das principais cidades, o que será realizado basicamente por causa da expansão da banda larga móvel.

Esse crescimento pode ser comprometido pela infraestrutura deficiente?

RODRIGO ABREU - O maior impeditivo do crescimento dos dados não é a infraestrutura, mas a falta de aparelhos. Há pouco mais de um ano, menos de 30% da nossa base tinha capacidade para uso de dados. Hoje, está em 55%.

O senhor tem conversado com o presidente interino da Telecom Itália? Ele acompanha a situação da TIM Brasil?

RODRIGO ABREU - O CEO atual da Telecom Itália, Marco Patuano, já liderou a operação doméstica da Telecom Itália e também foi diretor financeiro da TIM Brasil. A nossa interação é frequente.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,nao-existe-processo-de-venda-da-tim-brasil,1085517,0.htm

» Crise política nos EUA persiste e ainda afeta bolsas da Ásia

Impasse em relação a um acordo entre governo de Barack Obama e o Congresso entra na terceira semana sem uma solução

PEQUIM - As bolsas asiáticas fecharam em queda, pressionadas pela falta de resolução no impasse fiscal dos EUA. No entanto, em um dia em que as bolsas de Hong Kong e de Tóquio estiveram fechadas para negociações, o mercado chinês destoou do mercado e encerrou o pregão em alta, apoiada em uma sinalização positiva da inflação de setembro.

Sem um acordo entre democratas e republicanos, o governo norte-americano já se prepara para entrar na terceira semana de paralisação. Durante o fim de semana, as negociações entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e os republicanos da Câmara dos Representantes não surtiram efeito, frustrando as expectativas do mercado, que no fim da última semana se animou com o anúncio do encontro. Com isso, o foco se volta para as conversas entre líderes do Senado.

O Tesouro norte-americano já alertou que em 17 de outubro as medidas extraordinárias utilizadas para que os EUA continuem pagando suas dívidas chegarão ao fim. Dessa forma, a maioria dos mercados asiáticos reagiu com uma postura cautelosa. "Acredito que a maioria das pessoas está esperando para comprar", disse o analista da CMC Markets, Desmond Chuá.

O índice S&P/ASX 200, da Bolsa da Austrália, encerrou o dia com perdas de 0,4%, para 5.207,9 pontos. Da mesma forma, o Taiwan Weighted recuou 0,9% e caiu para 8.273,96 pontos. O índice PSEi, das Filipinas, fechou em baixa de 0,7%, aos 6.442,70 pontos, e na Coreia do Sul o índice Kospi recuou 0,2%, para 2.020,27 pontos.

Além do impasse nos EUA, as negociações na Austrália foram pressionada por dados fracos de exportação da China, seu principal parceiro comercial, e pelos feriados em mercados vizinhos, levando a um volume negociado no dia bem abaixo da média diária. Os investidores também aguardaram pelas minutas da última reunião do Banco da Reserva da Austrália (RBA, na sigla em inglês), que serão publicadas amanhã.

Em Taiwan, as preocupações com os EUA aumentam os temores com as exportações do país, assim como a valorização da moeda local pode prejudicar as vendas para o exterior. O mercado também está cauteloso com a votação de uma moção de confiança contra o governo, que será votada amanhã.

O mercado chinês foi na contramão das bolsas asiáticas, influenciado por uma série de indicadores publicados desde o fim de semana. O índice Xangai Composto subiu 0,4%, para 2.237,77 pontos, e atingiu o nível mais alto desde 12 de setembro. O índice Shenzhen Composto avançou 0,9%, para 1.097,06 pontos.

O destaque ficou por conta da alta de 3,1% na inflação de setembro, na comparação anualizada. A taxa foi maior que os 2,6% de agosto e que os 2,9% projetados pelo mercado e foi vista como um bom sinal da economia. "Enquanto a inflação ao consumidor está acelerando, o número não é forte o suficiente para levar o governo a lançar um imediato aperto monetário. Para os investidores, o relatório de inflação é mais um catalisador positivo, já que o número maior que o esperado indica que a economia chinesa continua a se recuperar", disse Zhang Gang, analista da Central China Securities.

Ações de empresas relacionadas ao consumo saltaram nas negociações. Os papéis da Shandong Denghai avançaram no limite diário de 10%, assim como os da Xinjiang Talimu Agriculture, enquanto os da Heilongjiang Agriculture fecharam com ganhos de 4,6%.

No sábado, o governo também reportou uma queda de 0,3% nas exportações de setembro e uma alta de 7,4% nas importações, enquanto economistas esperavam alta de 5,5% nas exportações e elevação de 6,75% nas importações. Fonte: Dow Jones Newswires.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/ae-mercados-geral,crise-politica-nos-eua-persiste-e-ainda-afeta-bolsas-da-asia,167307,0.htm

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

» Analistas elevam para 2,47% previsão de alta do PIB em 2013

No caso da inflação, a projeção do Relatório Focus para 2014 caiu de 5,97% para 5,95%

Célia Froufe, da Agência Estado


BRASÍLIA - Após uma pausa, analistas do mercado financeiro voltaram a revisar para cima suas projeções para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2013, segundo relatório de mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 7, pelo Banco Central. De acordo com o levantamento, a atividade brasileira crescerá 2,47% em 2013. Na pesquisa anterior, a projeção era de uma expansão de 2,40% e, na de quatro semanas atrás, de 2,35%.

Para 2014, o quadro não foi alterado. Os economistas mantiveram a projeção de expansão de 2,20% como na semana passada para o crescimento do País. Há um mês era aguardado um crescimento de 2,28%.

A alta da economia prevista para este ano não será sustentada pelo setor manufatureiro, de acordo com os profissionais consultados pelo BC. Isso porque a Focus revelou uma queda na estimativa para o crescimento da produção industrial deste ano, de 1,92% para 1,70%. No levantamento feito um mês atrás, a mediana estava em 2,10%.

No caso de 2014, a tendência foi idêntica: o setor manufatureiro deverá se expandir apenas 2,30% no ano que vem, e não mais 2,40%, como era previsto no levantamento anterior. Quatro semanas atrás, a mediana das estimativas para a indústria era de um crescimento de 3,00%.

Inflação

O relatório Focus trouxe estabilidade nas estimativas para a inflação deste ano. A mediana para o índice de 2013 seguiu em 5,82%, mesmo patamar de há quatro semanas. Para 2014, a mediana das previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu levemente de 5,97% para 5,95% ante taxa de 5,85% vista um mês atrás.

O Focus revelou também que, no caso da mediana das estimativas suavizadas à frente para a inflação acumulada em 12 meses, houve uma aceleração de 6,21% para 6,23%. Há quatro semanas, estava em 6,13%.

Já entre os profissionais que mais acertam as previsões para o médio prazo, o grupo denominado pelo BC de Top 5, não houve mudanças nas estimativas. O IPCA de 2013 deverá ficar em 5,80% como era esperado uma semana antes - quatro semanas atrás, a mediana estava em 5,85%. No caso de 2014, esse mesmo grupo manteve a projeção para a inflação em 6,17%, mesma taxa vista há um mês.

Para o curto prazo, os analistas também não revisaram suas estimativas para o IPCA de setembro, que seguiu em 0,35%. No caso de outubro, a expectativa ficou estacionada em 0,56%. Há um mês, as medianas para estas projeções estavam respectivamente em 0,45% e 0,55%.

Selic

Analistas ouvidos pelo BC mantiveram a mediana das estimativas para a taxa básica de juros em 9,75% ao ano para o fim de 2013 e de 2014. Há um mês, a expectativa já estava nesse patamar em todos os casos.

Para o curto prazo, a mediana das estimativas para a Selic de outubro também ficou inalterada em 9,50% ao ano, como já estava na semana passada e também quatro semanas atrás. Na média deste ano, segundo esses profissionais, os juros ficarão em 8,34% ao ano - porcentual em que já estava estacionado uma semana antes e um mês atrás. Para 2014, a Selic deve ficar, em média, em 9,75% como o previsto também na Focus da semana passada e na de um mês antes.

Câmbio

A taxa de câmbio deverá fechar o ano em R$ 2,30, segundo a mediana das estimativas do Focus. Houve manutenção das expectativas em relação à taxa da semana passada. Quatro semanas atrás, estava em R$ 2,36.

Para o fim de 2014, a mediana das projeções seguiu em R$ 2,40, que também era a cotação aguardada um mês antes. Apesar da manutenção das expectativas para o fim de ambos os períodos, o Focus revelou uma pequena correção na cotação média do dólar em 2013, que passou de R$ 2,18 para R$ 2,17. Um mês antes estava em R$ 2,21. No caso de 2014, o câmbio médio seguiu em R$ 2,37 como na semana passada, levemente mais baixo do que a cotação prevista um mês atrás (R$ 2,38).

» Cade investigará Unilever e Nestlé por supostas infrações

Segundo o Diário Oficial, Unilever e Nestlé podem ter violado artigos da antiga e da atual lei de concorrência

Luci Ribeiro, da Agência Estado


BRASÍLIA - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu instaurar processo administrativo contra as empresas Unilever Brasil/Kibon e Nestlé Brasil. O objetivo é investigar se as companhias cometeram infrações à ordem econômica, como denuncia a empresa Della Vita Grande Rio Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios em apuração preliminar que tramitava no Cade. A decisão está em despacho publicado na edição desta segunda-feira, 7, do Diário Oficial da União (DOU).

Segundo o documento, Unilever e Nestlé podem ter violado artigos da antiga e da atual lei de concorrência, especialmente no que se refere a ações ligadas a merchandising. As empresas são acusadas, por exemplo, de limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado, e de exigir ou conceder exclusividade para divulgação de publicidade nos meios de comunicação de massa. As duas empresas devem apresentar defesa e provas no prazo de 30 dias.

Se comprovada a prática de infração à ordem econômica, as empresas estarão sujeitas, entre outras penalidades, à multa que varia de 0,1% a 20% do valor de seu faturamento bruto obtido no último exercício anterior à instauração do processo administrativo no ramo de atividade empresarial em que ocorreu a infração. O despacho com a abertura da investigação é assinado pelo superintendente-geral substituto do Cade Diogo Thomson de Andrade.

» Paralisação dos Estados Unidos pressiona Bovespa

Às 10h15, o Ibovespa caía 0,74%, aos 52.458,31 pontos, na pontuação mínima do dia

Olívia Bulla, da Agência Estado


SÃO PAULO - A semana começa com a Bovespa exibindo perdas, diante da continuidade do impasse político nos Estados Unidos. Às 10h15, o Ibovespa caía 0,74%, aos 52.458,31 pontos, na pontuação mínima do dia, em linha com a queda verificada nos mercados internacionais. O calendário econômico desta segunda-feira, 7, reserva poucas novidades, o que tende a prolongar o sofrimento dos investidores à medida que o fechamento parcial do governo Obama entra no sétimo dia.

Não houve avanço nas negociações entre republicanos e democratas ao longo do fim de semana, e o discurso duro do presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, de que a reabertura do governo federal e o aumento do teto da dívida dos EUA estão atrelados a discussões de medidas amplas, destinadas a cortar os gastos futuros, provoca uma busca por proteção nos ativos mais seguros ao redor do mundo. Ainda mais depois que o secretário do Tesouro dos EUA, Jacob Lew, alertou que o Congresso "está brincando com fogo", caso nada seja feito para evitar que o endividamento norte-americano alcance o limite, de US$ 16,7 trilhões - provavelmente no dia 17 de outubro - podendo resultar em um default (calote).

Em meio às perspectivas menos favoráveis para a economia dos EUA, os índices futuros das bolsas de Nova York e as principais bolsas europeias operam em baixa, assim como o dólar perde terreno frente ao euro e ao iene. As principais commodities industriais também exibem perdas. "Nesse cenário, a Bolsa brasileira deve recuar, pressionada pela aversão ao risco no exterior", comenta, em relatório, os analistas do Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas (Depec) do Bradesco.

Internamente, o foco continuam voltado para OGX. Nesta semana, integrantes da cúpula da companhia de Eike Batista retornam a Nova York para mais uma rodada com eventuais investidores interessados. Ainda no setor petrolífero, a Petrobras anunciou a venda de ativos no Uruguai. Além disso, hoje é o prazo final para apresentação das garantias pelas empresas que se inscreveram para o primeiro leilão do pré-sal, previsto para acontecer no fim deste mês.

» Impasse nos EUA entra na 2ª semana sem solução

Boehner, presidente da Câmara, diz que não aumentará teto da dívida sem conversações amplas; dia 17, EUA não poderão mais tomar empréstimos

Fredreka Schouten, USA TODAY - O Estado de S.Paulo


WASHINGTON - O parcial fechamento do governo americano entrou na segunda semana sem nenhum sinal de solução do impasse, e os parlamentares republicanos do Congresso vincularam a atual crise orçamentária ao iminente confronto sobre uma possível moratória na questão da dívida da nação.

O presidente da Câmara, John Boehner, disse que não permitirá que a Casa, de maioria republicana, siga adiante com um projeto de lei que aumenta a autoridade do governo de tomar dinheiro emprestado sem que haja conversações mais amplas sobre a redução dos gastos federais.

"Não quero que os Estados Unidos deixem de pagar suas dívidas", afirmou o republicano de Ohio ao programa This Week da rede ABC. "Mas não pretendo aumentar o teto da dívida sem que tenhamos antes conversado seriamente sobre os problemas que elevam o endividamento do país."

O presidente Obama, afirmou o republicano, "corre o risco de calote por não conversar conosco". À pergunta sobre quando esse impasse chegará ao fim, Boehner respondeu: "Se eu soubesse, diria".

O governo chegará ao limite da possibilidade de tomar dinheiro emprestado no dia 17, e Obama pediu aos legisladores que aprovem um projeto que aumente limites do endividamento sem precondições. O secretário do Tesouro, Jacob Lew, achou "precipitado" e "perigoso" o governo federal chegar tão perto de um possível calote da dívida de US$ 16,7 trilhões. "No dia 17, perderemos nossa capacidade de tomar empréstimos. O Congresso está brincando com o fogo", disse Lew em programa da rede CNN.

Condições. O senador texano Ted Cruz, que liderou os esforços do Partido Republicano para acabar com a lei de reforma da saúde de Obama, de 2010, como condição para manter o governo funcionando, ontem apresentou três condições para os republicanos aceitarem o acordo sobre o teto da dívida. "É preciso formular algum plano estrutural significativo para reduzir os gastos do governo", disse Cruz. "É preciso evitar novos impostos. E, em terceiro lugar, é preciso encontrar maneiras para reduzir os prejuízos do Obamacare!"

O fechamento parcial do governo começou no dia 1.º, porque republicanos e democratas não chegaram a um entendimento sobre os projetos de gastos para manter o governo funcionando até o próximo exercício fiscal.

A bancada republicana da Câmara defende a eliminação ou o adiamento da lei de reforma da saúde como condição para a aprovação de um projeto de lei temporário - posição rejeitada por Obama e pelos democratas que controlam o Senado.

Nos últimos dias, a Câmara aprovou várias medidas para a reabertura de alguns setores do governo - a maioria das quais foram rejeitadas pelo líder da maioria democrata do Senado, Harry Reid, que quer que a Câmara aprove um projeto para a abertura total do governo, sem qualquer precondição.

No sábado, Lew pediu que a Câmara votasse imediatamente uma medida temporária sem vinculá-la a exigências tanto em relação à lei da saúde quanto aos cortes de gastos. Os legisladores "precisam abrir o governo", afirmou Lew. "E podem abri-lo hoje."

Entretanto, Boehner afirmou que não tem os votos na Câmara para votá-la sem precondições, apesar das indicações de que alguns moderados do seu partido estariam dispostos a apoiar os democratas na aprovação de uma medida isenta de condições para acabar com o fechamento. A Casa Branca duvidou da afirmação de Boehner. "Se não há votos para abrir o governo, como o presidente Boehner afirma, por que ele está tão temeroso de convocar a votação e prová-lo?", escreveu ontem no Twitter o assessor sênior da Câmara, Dan Pfieffer.

Cabe a Obama, insistiram os republicanos, dar início às negociações para acabar com o impasse. "Estamos interessados em conversar sobre a abertura do governo e sobre como podemos começar a pagar as nossas contas", disse Boehner. "Mas tudo começa com uma simples conversação." Obama, "sabe o número do meu telefone", acrescentou. / TRADUÇÃO ANNA CAPOVILLA

» ‘Estamos na disputa por Galeão e Confins’, afirma presidente da Andrade Gutierrez

Presidente da Andrade Gutierrez diz que propostas por aeroportos serão competitivas, mas responsáveis

Irany Tereza e Antonio Pita - O Estado de S. Paulo


RIO - Mesmo após ficar de fora das primeiras concessões do governo, a CCR, empresa de concessões que tem a Andrade Gutierrez como um dos principais acionistas, não vai mudar a estratégia na briga pelos leilões dos Aeroportos do Galeão, no Rio, e Confins, em Minas, com os quais o governo espera arrecadar pelo menos R$ 5,9 bilhões. "Ter seis concorrentes ou ter oito não muda a estratégia", diz Otávio Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez. "Vamos fazer propostas competitivas, mas responsáveis."

Como a empresa vai para o leilão de Galeão e Confins?

Exatamente como entramos na primeira disputa. Temos participações em aeroportos no Equador, Chile, pelos quais passam 15 milhões de passageiros. Sabemos fazer conta e sabemos a dificuldade de operar aeroportos. Estamos na disputa, vamos fazer propostas competitivas, porém responsáveis. A proposta do primeiro foi perdedora, mas a consequência, no dia seguinte, foi o aumento do preço das ações em 15%. Significa que o mercado reconheceu que fizemos certo.

O governo espera uma concorrência forte.

Pretendemos apresentar propostas para os dois. Ter seis concorrentes ou ter oito não muda a proposta. Em nosso entendimento, existe um erro de avaliação na demanda de Confins. O número de passageiros em 2012 foi menor do que em 2011. De 2013 para 2012, está estabilizado para queda. A diferença nos primeiros anos é o que mais pesa no fluxo de caixa.

Qual o cálculo para o limite de investimento nos aeroportos?

Do ponto de vista econômico-financeiro, a ótica da CCR é diferente da visão das concorrentes. Ela não participa com visão empreiteira, mas exclusivamente com a visão de negócio. Várias obras da CCR não são feitas pela Andrade Gutierrez. Para contratar, ela tem de ir ao conselho justificar o preço e ouvir o mercado. Essa é a grande diferença de estratégia.

O grupo vai investir em mais concessões de aeroportos?

A gente tem expectativa, mas o governo poderia acelerar o programa. É só ver as condições. Está muito lento. A tendência é nas capitais ser o mesmo modelo. Mas há regiões que podem liberar aeroportos privados, como o Rio.

Todas as concessões envolvem os mesmos players. Há capacidade financeira para tudo?

Não há. Quando a CCR precisa de dinheiro, ela tem capacidade de ir ao mercado se capitalizar. Ela hoje vale R$ 31 bilhões, é a maior concessionária do Brasil e uma das maiores do mundo em valor de mercado. Com o fluxo que tem de pedágios já definido nos contratos de longo prazo, ela tem capacidade de se financiar. Não pesa no balanço da Andrade Gutierrez. Estamos estruturando essa companhia há 13 anos e ela vem crescendo. A empresa vai participar de outras licitações rodoviárias e de aeroportos. Mas não vai participar, por exemplo, de licitações ferroviárias. A Andrade estuda (participar de ferrovias), não a CCR.

O modelo para as rodovias está atrativo?

Há a consciência muito correta do governo de que três ou quatro rodovias não são possíveis. Em outras quatro ou cinco haverá interesse. Temos em três. Há problemas pontuais, como o preço alto do pedágio. Não é do nosso interesse pedágio alto, isso significa estrada sem tráfego. Queremos pedágios justos. Tem de ter algum tipo de compensação no edital. As exigências de construção podem ser exercidas ao longo do tempo.

O que, em sua opinião, determinou o fracasso do leilão da BR-262?

Não é a primeira licitação que não sai. O projeto, quando é bom, tem concorrente. Quando é ruim, não tem. As pessoas têm constrangimento de falar, mas ninguém compareceu porque é muito ruim. Não é crítica ao governo, é a realidade da estrada. Existem outros projetos ruins e não sei se haverá concorrente.

Hoje, como a Andrade Gutierrez está estruturada?

Aquilo que foi criado há 65 anos, a construtora, é metade do resultado econômico-financeiro do grupo. Os investimentos representam outros 50%, com CCR, Sanepar, Contax e LogMed. No nosso ponto de vista, é melhor diversificar o risco, participando da estrutura de gestão e controle das companhias, mas diversificando os setores. Se tiver uma crise em um setor, não somos afetados. É quase um private equity.

As manifestações abalaram as perspectivas de investir no País?

Apesar da extrema legitimidade dos protestos, o componente de arruaça prejudicou muito o Brasil e o apetite para determinados projetos. Imagina quem tem concessão de serviço público: pontos de ônibus, os próprios ônibus, praças de pedágio. Nós ficamos assustados. O componente bagunça traz insegurança. Impactou a percepção internacional de ver o Brasil como oportunidade. Mas é um movimento legítimo. Não sei como alguém pode ser contra uma coisa dessas, até porque existe a sensação de que se precisa protestar contra alguma coisa.