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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

» Impasse nos EUA entra na 2ª semana sem solução

Boehner, presidente da Câmara, diz que não aumentará teto da dívida sem conversações amplas; dia 17, EUA não poderão mais tomar empréstimos

Fredreka Schouten, USA TODAY - O Estado de S.Paulo


WASHINGTON - O parcial fechamento do governo americano entrou na segunda semana sem nenhum sinal de solução do impasse, e os parlamentares republicanos do Congresso vincularam a atual crise orçamentária ao iminente confronto sobre uma possível moratória na questão da dívida da nação.

O presidente da Câmara, John Boehner, disse que não permitirá que a Casa, de maioria republicana, siga adiante com um projeto de lei que aumenta a autoridade do governo de tomar dinheiro emprestado sem que haja conversações mais amplas sobre a redução dos gastos federais.

"Não quero que os Estados Unidos deixem de pagar suas dívidas", afirmou o republicano de Ohio ao programa This Week da rede ABC. "Mas não pretendo aumentar o teto da dívida sem que tenhamos antes conversado seriamente sobre os problemas que elevam o endividamento do país."

O presidente Obama, afirmou o republicano, "corre o risco de calote por não conversar conosco". À pergunta sobre quando esse impasse chegará ao fim, Boehner respondeu: "Se eu soubesse, diria".

O governo chegará ao limite da possibilidade de tomar dinheiro emprestado no dia 17, e Obama pediu aos legisladores que aprovem um projeto que aumente limites do endividamento sem precondições. O secretário do Tesouro, Jacob Lew, achou "precipitado" e "perigoso" o governo federal chegar tão perto de um possível calote da dívida de US$ 16,7 trilhões. "No dia 17, perderemos nossa capacidade de tomar empréstimos. O Congresso está brincando com o fogo", disse Lew em programa da rede CNN.

Condições. O senador texano Ted Cruz, que liderou os esforços do Partido Republicano para acabar com a lei de reforma da saúde de Obama, de 2010, como condição para manter o governo funcionando, ontem apresentou três condições para os republicanos aceitarem o acordo sobre o teto da dívida. "É preciso formular algum plano estrutural significativo para reduzir os gastos do governo", disse Cruz. "É preciso evitar novos impostos. E, em terceiro lugar, é preciso encontrar maneiras para reduzir os prejuízos do Obamacare!"

O fechamento parcial do governo começou no dia 1.º, porque republicanos e democratas não chegaram a um entendimento sobre os projetos de gastos para manter o governo funcionando até o próximo exercício fiscal.

A bancada republicana da Câmara defende a eliminação ou o adiamento da lei de reforma da saúde como condição para a aprovação de um projeto de lei temporário - posição rejeitada por Obama e pelos democratas que controlam o Senado.

Nos últimos dias, a Câmara aprovou várias medidas para a reabertura de alguns setores do governo - a maioria das quais foram rejeitadas pelo líder da maioria democrata do Senado, Harry Reid, que quer que a Câmara aprove um projeto para a abertura total do governo, sem qualquer precondição.

No sábado, Lew pediu que a Câmara votasse imediatamente uma medida temporária sem vinculá-la a exigências tanto em relação à lei da saúde quanto aos cortes de gastos. Os legisladores "precisam abrir o governo", afirmou Lew. "E podem abri-lo hoje."

Entretanto, Boehner afirmou que não tem os votos na Câmara para votá-la sem precondições, apesar das indicações de que alguns moderados do seu partido estariam dispostos a apoiar os democratas na aprovação de uma medida isenta de condições para acabar com o fechamento. A Casa Branca duvidou da afirmação de Boehner. "Se não há votos para abrir o governo, como o presidente Boehner afirma, por que ele está tão temeroso de convocar a votação e prová-lo?", escreveu ontem no Twitter o assessor sênior da Câmara, Dan Pfieffer.

Cabe a Obama, insistiram os republicanos, dar início às negociações para acabar com o impasse. "Estamos interessados em conversar sobre a abertura do governo e sobre como podemos começar a pagar as nossas contas", disse Boehner. "Mas tudo começa com uma simples conversação." Obama, "sabe o número do meu telefone", acrescentou. / TRADUÇÃO ANNA CAPOVILLA

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