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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

» Economistas esperam alta do juro básico para 11% até o fim do ano

Na pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central, analistas de mercado também reajustaram previsões de inflação para cima

Célia Froufe - Agência Estado

BRASÍLIA - O mercado financeiro revisou a expectativa para a atuação do Banco Central na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em fevereiro. De acordo com o relatório de mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 27, pelo BC, o colegiado deverá promover um novo aumento da taxa básica de juros, a Selic, desta vez de 0,25 ponto porcentual, já no mês que vem. Com isso, a mediana das previsões para o curto prazo passou de 10,50% ao ano para 10,75% ao ano. Um mês atrás, a perspectiva era de uma taxa de 10,50% no segundo mês do ano.

Com a mudança, a projeção é a de que a Selic terminará este ano em 11,00%, conforme o levantamento. Até a semana anterior, a previsão era de uma taxa de 10,75% no encerramento do ano. Um mês antes, a expectativa era de um porcentual ainda mais baixo dos juros no período, em 10,50%.

O horizonte do mercado mudou depois da surpresa para a maioria dos analistas com oaumento de 0,50 ponto porcentual da Selic, para 10,50% ao ano, em janeiro. A decisão foi promovida há aproximadamente 15 dias pelo BC. Além disso, a ata da reunião do Copom, divulgada na semana passada, sinalizou que o Banco Central está disposto a manter o ciclo de alta do juro básico em função da inflação persistente.

Para o fim de 2015, a mediana das estimativas na Focus para a Selic seguiu inalterada em 10,50% ao ano.

Inflação. A despeito da surpresa positiva do IPCA-15 de janeiro, que ficou abaixo das previsões do mercado, o relatório de mercado Focus trouxe ajustes das estimativas para a inflação levemente para cima.

Para o IPCA de 2014, a taxa passou de 6,01% para 6,02% - há um mês estava em 5,98%. No caso de 2015, a mediana das projeções aumentou de 5,60% para 5,70% ante taxa de 5,50% vista há quatro semanas. A mediana das previsões suavizadas à frente para o IPCA acumulado em 12 meses passou de 5,98% da pesquisa anterior para 5,99% na atual. Um mês antes, no entanto, estava em 6,03%.

No caso do IGP-DI, houve manutenção da mediana das expectativas para 2014 em 5,90% de uma semana para outra - um mês atrás estava em 6,00%. Para 2015, a mediana das estimativas segue em 5,50% pela nona semana consecutiva.

Em relação ao IGP-M, principal referência para os reajustes de aluguel, a mediana das previsões foi mantida em 5,96% ao final deste ano - um mês antes estava em 6,01%. Para 2015, a mediana das estimativas também permaneceu em 5,50% como na pesquisa anterior. Um mês atrás, porém, estava em 5,40%.

PIB. O mercado financeiro voltou a apresentar um viés negativo para a atividade econômica neste e no próximo ano. De acordo com o relatório Focus, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá ter expansão de 1,91% em 2014 ante perspectiva de avanço de 2,00% da semana passada e vista também um mês antes. No caso de 2015, as previsões foram alteradas de 2,50%, como estavam também quatro semanas atrás, para 2,20% agora.

Já para a atividade manufatureira, a Focus mostrou que houve manutenção das perspectivas para o crescimento da produção industrial este ano em 2,20% - a mediana de um mês atrás era de 2,23%. Para 2015, o mercado voltou a projetar uma taxa de expansão para o setor de 2,95%, como era visto um mês antes. É que na semana passada, a mediana das estimativas foi ajustada para 2,89%.

Câmbio. As previsões para o comportamento do câmbio neste e no próximo ano passaram por poucas correções. A mediana das estimativas para o câmbio ao final de 2014 foi mantida em R$ 2,45 pela quinta semana consecutiva. Para 2015, a mediana das previsões seguiu em R$ 2,50 de uma semana para outra, apesar de estar em R$ 2,45 há um mês.

Já a mediana das previsões para o câmbio médio em 2014 foi ajustada de R$ 2,41 para R$ 2,42 - quatro semanas atrás estava em R$ 2,40. No caso de 2015, o câmbio médio permaneceu em R$ 2,45 de uma semana para outra. Vale lembrar, porém, que um mês antes estava em R$ 2,40.

Superávit. Os analistas estão descrentes em relação ao otimismo da autoridade monetária com as contas externas deste ano. A expectativa para o superávit da balança comercial em 2014 passou de US$ 9,10 bilhões para US$ 8 bilhões de uma semana para outra, voltando ao mesmo nível de um mês atrás. Para o BC, as transações comerciais terão um saldo positivo de US$ 10 bilhões em 2014. Para 2015, houve manutenção da previsão de um superávit de US$ 12 bilhões pela quinta semana consecutiva na Focus.

Crucial para as transações correntes do País, a perspectiva para a balança contaminou as previsões apresentadas na Focus para o déficit em conta corrente. De acordo com o levantamento, o déficit deste ano deve ser de US$ 73 bilhões ante expectativa anterior de um rombo de US$ 72,15 bilhões - quatro semanas atrás a projeção era de déficit de US$ 72 bilhões para essa conta. Para 2015, as previsões também voltaram a piorar, atingindo a expectativa mediana de um déficit de US$ 71,45 bilhões ao final do ano ante previsão de resultado negativo de US$ 70,60 bilhões da semana anterior e de US$ 71,60 bilhões de um mês antes.

O que chamou a atenção na Focus foi a mudança que o mercado promoveu na mediana para o Investimento Estrangeiro Direto (IED) deste ano. Depois de 75 semanas sem alterar a expectativa de ingresso de US$ 60 bilhões, o mercado conta agora com a entrada de US$ 57,50 bilhões, quantia insuficiente para financiar o rombo externo previsto para o período. Para 2015, a mediana das previsões segue em US$ 60 bilhões. No caso da relação dívida/PIB, a Focus manteve a taxa anterior de 34,80% em 2014 - um mês atrás, a expectativa era de uma variação de 35,00%. Para 2015, a mediana das previsões está congelada em 35,00% há seis semanas.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-brasil,economistas-esperam-alta-do-juro-basico-para-11-ate-o-fim-do-ano,176360,0.htm

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