Economistas elevaram previsão para a taxa básica de juros de 10,5% para 10,75%, segundo pesquisa Focus
Eduardo Cucolo - Agência Estado
BRASÍLIA - Os economistas consultados pelo Banco Central na pesquisa Focus elevaram a previsão para a taxa Selic no fim de 2014 de 10,50% para 10,75% ao ano. Se a previsão se confirmar, os juros voltarão ao nível que estavam no começo do governo Dilma Rousseff. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic de 10,00% para 10,50% ao ano.
Para 2015, a projeção foi mantida em 11,50% ao ano. A previsão para a Selic média subiu de 10,47% para 10,69% ao ano para 2014 e de 11,03% para 11,42% para 2015. Há quatro semanas, estavam em 10,47% e 11% ao ano, respectivamente.
Apesar da revisão na projeção para o fim de 2014, a previsão para a taxa na reunião do Copom de fevereiro segue em 10,50% ao ano.
Inflação. A projeção de inflação medida pelo IPCA para 2014 subiu de 6,00% para 6,01%. Há quatro semanas, a estimativa estava em 5,97%.
Para 2015, a projeção passou de 5,50% para 5,60%. Há quatro semanas, estava em 5,50%. A projeção de inflação para os próximos 12 meses recuou de 5,99% para 5,98%, conforme a projeção suavizada para o IPCA. Há quatro semanas, estava em 6,05%.
Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2014 no cenário de médio prazo segue em 6,19%. Para 2015, a previsão dos cinco analistas continua em 6,00%. Há um mês, o grupo apostava em altas de 5,90% para 2014 e 5,80% para 2015.
Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das estimativas para o IPCA em janeiro de 2014 subiu de 074% para 0,75%. Há quatro semanas, estava em 0,72%. Para fevereiro, a projeção passou de 0,64% para 0,65%. Há quatro semanas, estava em 0,64%.
PIB. A previsão de crescimento da economia brasileira em 2014 subiu de 1,99% para 2,00. Para 2015, a estimativa de expansão passou de 2,48% para 2,50%. Há quatro semanas, as projeções eram, respectivamente, de 2,00% e 2,50%.
A projeção para o crescimento do setor industrial em 2014 foi mantida em 2,20%. Para 2015, economistas preveem avanço industrial de 2,89%, ante 3,00% da pesquisa anterior. Um mês antes, a Focus apontava estimativa de expansão de 2,23% para 2014 e de 2,95% em 2015 para o setor.
Os analistas reduziram a previsão para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2014 de 34,95% para 34,80%. Há quatro semanas, estava em 34,70%. Para 2015, segue em 35,00% há cinco semanas.
Câmbio. A mediana das projeções para a taxa de câmbio ao final de 2014 segue em R$ 2,45. Há quatro semanas, a projeção era de R$ 2,45. Para o fim de 2015, a mediana subiu de R$ 2,47 para R$ 2,50. Há quatro semanas estava em R$ 2,45.
Na mesma pesquisa, o mercado financeiro elevou a previsão para a taxa média de câmbio em 2014 de R$ 2,40 para R$ 2,41. Para 2015, a projeção passou de R$ 2,44 para R$ 2,45. Há um mês, a pesquisa apontava que a expectativa de dólar médio estava em R$ 2,40 neste ano e no próximo. A pesquisa também mostra que, para o fim de janeiro de 2014, a estimativa segue em R$ 2,36. Para fevereiro, segue em 2,37. A mediana das projeções para o câmbio dos analistas do Top 5 médio prazo para o fechamento de 2014 segue em R$ 2,50. Para 2015, subiu de R$ 2,43 para R$ 2,58.
IGP-DI. A projeção para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) em 2014 caiu de 5,92%. Quatro semanas atrás, o mercado previa alta de 6,00%. Para 2015, a projeção para o IGP-DI segue em 5,50%. Há quatro semanas, estava em 5,50%
Para o IGP-M, a estimativa para 2014 recuou de 6,00% para 5,96%. Há quatro semanas, estava em 6,02%. Para 2015, a projeção continua em 5,50%. Há quatro, estava 5,40%.
A pesquisa também mostrou que a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em 2014 continuou em 5,45%. Há um mês, a expectativa dos analistas era de alta de 5,41% para o índice que mede a inflação ao consumidor em São Paulo. Para 2015, a projeção está em 5,00% há 35 semanas.
Economistas mantiveram ainda a estimativa para o aumento do conjunto dos preços administrados - as tarifas públicas - para 2014 em 4%. Para 2015, a projeção segue em 5,00%. Há quatro semanas, as projeções eram de, respectivamente, 4,00% e 5,00%.
Déficit conta corrente. O mercado financeiro elevou a previsão para o déficit em transações correntes em 2014. A mediana das expectativas de saldo negativo na conta corrente este ano subiu de US$ 71,60 bilhões para US$ 72,15 bilhões. Para 2015, a previsão de déficit nas contas externas passou de US$ 71,10 bilhões para US$ 70,60 bilhões. Há quatro semanas, estava em US$ 71,80 bilhões para 2014 e em US$ 71,60 bilhões para 2015.
Na mesma pesquisa, economistas elevaram a estimativa de superávit comercial em 2014 de US$ 8,25 bilhões para US$ 9,10 bilhões. Quatro semanas antes, estava em US$ 8,03 bilhões. Para 2015, a projeção segue em US$ 12 bilhões há quatro semanas. A pesquisa mostrou ainda que as estimativas para o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED), aquele voltado ao setor produtivo, foi mantida em US$ 60 bilhões para 2014 (está no mesmo valor há 75 semanas). Para 2015, subiu de US$ 59 bilhões para US$ 60 bilhões.
Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,apos-alta-da-selic-analistas-esperam-juro-ainda-maior-no-fim-de-2014,175728,0.htm
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