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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

» 'Não vejo fusão de digital e tradicional’, diz novo executivo da Publicis

Rede do grupo Publicis será comandada por executivo com passagens pelos grupos Rhodia, Citibank e Vivo

Fernando Scheller - O Estado de S.Paulo


Na quarta-feira da semana passada, um dia após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar, para o mercado brasileiro, a fusão mundial entre os grupos Publicis e Omnicom - um negócio de US$ 35 bilhões que formou o maior grupo global de agências -, uma das redes da Publicis, a Publicis Worldwide, anunciou a contratação de um presidente para a operação brasileira.

O executivo Roberto Lima, que até 2011 foi presidente da Vivo, vai comandar uma rede que concentra nove operações, incluindo as agências Talent, QG, Razorfish, Salles Chemistri e Publicis Brasil. Ele também será membro do conselho mundial da Publicis Worldwide, na França.

Lima, que passou os últimos dois anos como conselheiro em seis empresas, veio para assumir a operação brasileira após o comando da Publicis Worldwide perceber que não conseguiria mais administrar à distância o negócio no País.

O executivo diz que não está chegando para fazer mudanças radicais na Publicis Worldwide e não vê espaço para fusões. Embora seja "verde" no setor de publicidade, as passagens pelos grupos Telefônica, Citibank e Rhodia lhe deram experiência do outro lado da mesa de negociações sobre campanhas publicitárias - a dos clientes. A seguir, os principais trechos da entrevista:

O que o sr. estava fazendo após deixar a Vivo?

Eu deixei a Vivo em julho de 2011. Naquele momento tomei a decisão de que encerraria a carreira de executivo para participar de conselhos de administração. Estava servindo a seis conselhos: Pão de Açúcar, Natura, Telefônica, Rodobens, a francesa Edenred e a Naspers, na África do Sul. A Naspers tem o Buscapé e uma participação de 30% na Editora Abril no Brasil. Fiz um pouco de aconselhamento também, mas não estava satisfeito.

O que lhe interessou no setor publicitário?

Comecei numa metalúrgica, na área de sistemas. Depois fui para a Rhodia, que é química e têxtil. Depois vieram Accor, de hotel e serviços, e Citibank, na área de cartões de crédito. E finalmente a Vivo. Acho que o convite me atraiu não só por ser um setor novo, mas também por sua importância na sociedade. Aquilo que as empresas dizem à comunidade pode ter impacto forte. O consumidor não quer só fazer uma boa escolha. Ele quer aprender, entender e usar da melhor forma possível (o produto).

Como a sua experiência corporativa pode ser aplicada?

A publicidade tradicional no Brasil é forte, criativa e reconhecida internacionalmente. Mas o brasileiro gosta das novas mídias, como as redes sociais. Temos 260 milhões de celulares no País, que são o último objeto do qual as pessoas se despedem antes de dormir e o primeiro que veem pela manhã. Gostaria de ajudar a descobrir como esse canal pode complementar a mídia de massa.

A experiência na Vivo pode ajudar nisso?

Acho que sim. Na Vivo, tivemos experiência em serviços de valor agregado. Era uma visão muito além de só manter as pessoas conectadas para falar e ter acesso à internet. A experiência em hotelaria, na Accor, me ajudou a ter uma sensibilidade muito grande sobre o consumidor.

O sr. terá o papel de ajudar a orquestrar a integração entre Publicis e Omnicom na sua rede de agências?

Nem comecei, tenho muito o que entender antes de me preocupar com o que não está sob minha gestão. O que está sob minha gestão são as agências da Publicis Worldwide. Esse é o meu ambiente trabalho no momento.

Qual será seu papel no relacionamento com os clientes?

Fui cliente de agências por muito tempo, como executivo. Por isso, talvez seja mais fácil entender e me colocar na posição do cliente.

O sr. sai dos conselhos ao assumir esse cargo?

Tenho um acordo com a Publicis de que vou permanecer em alguns conselhos. Ainda não posso dizer quais, pois tenho de conversar com as empresas.

O sr. acredita em convergência entre agências digitais e tradicionais?

Acho que é difícil que a gente consiga fazer integração entre uma agência digital e uma tradicional. São traços culturais muito fortes, que exigem capacidades diferentes. É possível fazer um trabalho de sinergia para que as duas mídias se complementem.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,nao-vejo-fusao-de-digital-e-tradicional-diz-novo-executivo-da-publicis,1103057,0.htm

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